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30.4.07

Gosto do aconchegado deste cantinho meu, em que sou apenas eu, eu própria, eu comigo; sem pensar no que os outros podem pensar...sem pensar em ninguém, sem me importar, deixando-me apenas ser eu...sem medo, sem influências...só eu. Só assim consigo ser autêntica?
Cada acontecimento é um círculo...cheio de sinais confusos lá dentro. E em cada círculo em que atravesso a linha para dentro, estou também a um passo de voltar a atravessar a linha pra sair.
Porque são só sinais confusos a preencher o círculo...e eu, enquanto me vir a penetrá-lo só com um pé - e é assim que me vejo quase sempre - fico com a segurança presa a mim, a de sair do círculo e ter o meu cantinho sempre à espera.
É doloroso, isso é uma certeza...o recuar...é doloroso, mas não nos torna mais fortes a dor?

Só consigo constatar que é impossível viver sem um cantinho bem protegido...que é o meu eu.




"Burning every bridge that I cross
To find some beautiful place to get lost



Well I don't know where I'll go now
And I don't really care who follows me there
But I'll burn every bridge that I cross
And find some beautiful place to get lost
"
Elliot Smith

28.4.07

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.



Cecília Meireles

20.4.07


É o passo mais assustador a que uma pessoa pode chegar...e tu deste-o.
Não te conhecia...provavelmente já teria passado por ti, já te teria visto por aí, olhado para o teu rosto...mas sinceramente agora que te olho na foto, não te consigo reconhecer.
Ouvi tanta coisa já. Não sei se são verdade ou mentira. Não importa. Agora já nada importa não é? Terminaste com tudo o que importava.
O que é que estava assim tão errado, meu querido irmão?
A tua vida não pode ter sido fácil. Eu sei. Não sei, mas dou-me a liberdade de imaginar...
Não tens culpa das circunstâncias da tua vida, meu querido irmão. Não tens culpa do ambiente em que cresceste nem dos pais que tiveste.
Crescer a ver um pai regredir sob o peso de uma doença que o leva a um estado tão desagradável, não é coisa que todos saibam quanto custa. E tu ainda tiveste que viver com a angústia de pensar se virias a sofrer do mesmo.
Ter uma mãe com comportamentos e atitudes tão pouco dignas deve ter-te custado muito. Viver com isso todos os dias...sozinho. Sozinho sem irmãos, e agora sozinho sem o pai, que viste partir ainda não há 1 ano.
Eu não sei, amigo...não sei mesmo nada. Mas agora que fizeste isto, não consigo deixar de evitar tentar imaginar o que sentirias.

Olho para esta foto que publicaram no anúncio do teu funeral, e és um rapaz bonito de 20 anos feitos há uma semana. Quem olha para uma pessoa não consegue ver nada que vai dentro dela.
Espero que o boato de que tinhas ido tentar falar com o padre e ele não teve tempo para te atender, seja mentira.
Não te conhecia mas ia em breve conhecer. Vinhas na semana seguinte trabalhar pra lá.
Que hei-de eu dizer-te, meu querido irmão? Ninguém te ligou verdadeiramente? Ninguém te deu atenção? Procuro pensar no que ia por dentro de ti. Mas sei que não consigo.
Eu que não te conhecia sinto assim. Para aqueles que te conheciam, é ainda mais difícil apreender...a realidade. A realidade daquela noite de terça-feira, em que decidiste pendurar uma corda ao pescoço e acabar com a tua vida. Abandonar o teu corpo e tudo o que conhecias.
Quão sofrida deve ter sido a tua vida, meu querido irmão.
Sinto tanto.
Desejo que estejas bem.

Em memória de ti, Cristóvão.
gosto do cheiro da erva acabada de cortar, e do cheiro da terra fresca

15.4.07

Gosto do silêncio,
do escuro,
e da luz das velas.
E da das estrelas.

Também gosto dos aviões.

De vidros,
estantes.
De fotografias,
e cassetes.
Do conforto dos sofás.

De pontes.
Das pedras.
De pegadas.

Gosto do calor das velas,
do escuro,
e do silêncio.

E de tudo o que é vivo.

14.4.07

Na multidão, procuro caras, alguma que consiga ver através de mim...que consiga entender-me pelas minhas feições, sem precisar de palavras. Procuro, como se existisse.
Mas cada uma das hipotéticas caras sai em cada próxima paragem. Sem olhar para trás.
E eu distancio o meu olhar...fixo-o na paisagem, qualquer que ela seja, lá fora das janelas. E nela me fico.

13.4.07

A dor é muito eficaz para emagrecer.

12.4.07




"Is just what I'm going through
This is nothing new
No no just another phase of finding what I really need
Is what makes me bleed"

Damien Rice



"I like the peace
In the backseat
I don't have to drive
I don't have to speak
I can watch the countryside
And i can fall asleep

My family tree's
Losing all it's leaves
Crashing towards the driver's seat
The lightning bolt had enough heat
To melt the street beneath your feet

I've been learning to drive
My whole life
My whole life
I've been learning"

The Arcade Fire



9.4.07

Voltaste! Voltaste, Senhor!
Todas as coisas que ficaram incompletas podem agora terminar de forma perfeita.
(As despedidas custam tanto, Senhor.) Contigo não há despedida.





Como seria bom ter-te aqui, Jesus, sentado à minha frente.
(Eu sei que estás...ainda mais perto do que isso...)

7.4.07

Em tudo foste semelhante a nós, provaste de tudo... incompreensão, rejeição, desapontamento, traição, solidão, angústia, dor de todo o tipo...mas sempre num nível incomparavelmente superior.

5.4.07

Há coisas que para mim fazem pouco sentido.
Estar o dia inteiro fechada dentro de um escritório, passando metade do tempo (quando não é muito mais do que metade) sem nada objectivo para fazer, incomoda-me. Incomoda-me porque estava muito melhor fora dali, havia muitas coisas para serem feitas, muitas companhias para serem aproveitadas naquele tempo perdido em que ali estou sentada a tentar puxar pela imaginação para descobrir alguma coisa para fazer...e no entanto, ali tenho de estar, o tempo todo...tempo que para mim é perdido.É mal gasto.
Há coisas que me ultrapassam.
O facto de as empresas preferirem ter um empregado a tempo inteiro, mesmo numa situação dessas, quando tendo alguém em part-time podiam gastar muito menos e ter o mesmo trabalho feito, é o quê? Falta de hábito? Má gestão de recursos? Má visão? Teimosia? Estupidez?
Não percebo.


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