Há uma coisa que não gosto de sentir.
Quando me despeço de alguém por quem nutro grande simpatia, e que sei que não vou voltar a ver durante muito tempo, fica um vazio enorme dentro de mim. Não, não é normal. Não devia ser assim. A melodia dessa pessoa devia ficar a tocar em mim, mesmo na sua ausência.
E fica, mas...sinto a falta da sua presença mal viro as costas.
Um aperto no coração. Que dói.
Uma angústia. Que não gosto nada de sentir.
Uma coisa que me acalma a alma, é conduzir. Pegar no carro e conduzir sem preocupação. Se for noite, ainda muito melhor. Hoje foi assim. Mas foi ainda mais: deu-me uma vontade enorme de rezar. E senti paz, não uma paz qualquer mas aquela...a paz de Cristo. "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz". Nessa hora percebi como era essa paz; como era verdadeira. Não tinha a ver com os beijinhos com que as pessoas se cumprimentam na Eucarístia. É muito inexplicável, tem a ver com um sentimento interior...que nos dá a certeza de que Ele está, que Ele nos tem, dentro da sua mão semi-fechada. A Paz dEle. Foi essa que eu senti.
E enquanto vinha ali a conduzir, a sentir isso tudo, a tentar falar ao coração do Pai (e a tentar escutá-lo), aconteceu uma coisa com o carro que tinha entrado na estrada à minha frente poucos segundos atrás. Que quase sobrou para mim. Ali estava Ele a dar-me Paz. A dizer-me que nada é por acaso.
Nenhum dos encontros nesta vida é por acaso. Nenhum passo é dado sem a supervisão dEle. E que Ele...Ele está e estará lá sempre, e será lá, juntinho dEle, que seja quando for, reencontrarei essas pessoas que amo, na sua plenitude. E aí não haverá despedida.
E quanto me conforta esta ideia.
(É sentir a sua paz. Plena Paz.)
(Quantas coisas mais estaria Ele a dizer-me?...Falando-me de todas as formas ao mesmo tempo. Tão simples e directas mas tão indecifráveis para o simples humano. Obrigada Senhor por este dia especial, por estas pessoas, e por este sentir que Tu e elas me dão.)